sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Recursos do pré-sal não beneficiarão empresa A, B ou C, diz Mantega

20/08/08 - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira (20), após audiência com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que os recursos da exploração de petróleo na camada de pré-sal (águas profundas), que foram descobertas pela Petrobras neste ano, vão financiar o desenvolvimento e a sustentabilidade do país no longo prazo. Acrescentou que eles não serão utilizados em benefício de algumas poucas empresas, mesmo que, segundo ele, "seja empresa estatal".

"O governo ainda não decidiu como fará a gestão desta riqueza imensa que está no subsolo brasileiro. Uma coisa é certa: essa riqueza não será empregada em benefício da empresa A, B ou C. Mesmo que seja empresa estatal. Mas em benefício da população brasileira. Isso o presidente Lula garante. Estamos falando aqui de centenas de bilhões de dólares. Serão utilizados uma parte para Educação, outra para a Saúde, outra para diminuir dívida e outra para aumentar as reservas. Ou seja, em prol do desenvolvimento e sustentabilidade do país no longo prazo", disse o ministro Mantega.

Questionado se o governo vai criar uma nova estatal para gerir os recursos da camada pré-sal, conforme está sendo especulado, Mantega afirmou que isso ainda não está definido. Acrescentou que o governo vai escolher um modelo adequado para o país. "Quem terá a última palavra é o presidente Lula. Ficamos encarregados de apresentar alternativas até o final de setembro ao presidente", acrescentou.

Mantega disse ainda que parte dos recursos da exploração da camada pré-sal será mantida no exterior. "Se o Brasil tiver toda essa riqueza, se tornará um grande produtor mundial de petróleo. Vai aumentar suas exportações e, de fato, vai fazer como outros países fizeram. Não vai colocar dentro do país todos os dólares com a venda deste petróleo. Caso contrário, estará criando uma inflação muito forte e uma valorização excessiva da moeda brasileira, que não é desejável. A tal doença holandesa. Não permitiremos isso, mas não há decisão do governo", concluiu.


Fonte: - Alexandro Martello

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