sábado, 23 de agosto de 2008

Leilão brasileiro é mais transparente que o da Noruega

A petroleira norueguesa Statoil considera o sistema brasileiro de escolha das empresas que exploram campos de petróleo, por meio de leilão, mais transparente que o de seu país. Evita, porém, fazer comparações entre os dois modelos e defende rapidez na definição das novas regras no Brasil. Vice-presidente da Statoil, Rolf Magne Larsen disse ontem que os leilões brasileiros são "transparentes", com as propostas abertas publicamente. Disse, porém, ser "impossível comparar" com a Noruega, onde não há licitação e a palavra final é do governo. Buscando evitar polêmica, Larsen disse, ao ser indagado qual preferia, que a Statoil "convive muito bem com o sistema daqui e com o do Brasil". Para a petroleira norueguesa, o importante é garantir previsibilidade, com uma definição rápida do novo modelo, evitando incertezas como as que ocorrem em outros países. Afirmando que cada país deve escolher o melhor para seus interesses, o vice-presidente da Statoil no Brasil, Harald Eliassen, disse que o ideal é o governo brasileiro definir "rapidamente as novas regras, dando previsibilidade" ao mercado. Ele disse acreditar que o novo modelo brasileiro de exploração do petróleo, a ser escolhido pelo governo, "será um sistema capaz de atrair investidores internacionais". Segundo Eliassen, não faz parte da política da empresa tentar influenciar diretamente o governo, lembrando, porém, que a Statoil discute suas idéias no Brasil no IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo), que representa as petroleiras. O IBP divulgou documento pela manutenção das regras atuais, de concessões das áreas de petróleo, com elevação do percentual pago de impostos.

Interesse no pré-sal

A estatal norueguesa, que tem participação de capital privado, a exemplo da Petrobras, tem interesse em disputar a exploração do petróleo descoberto no pré-sal, que levou o Palácio do Planalto a decidir alterar o modelo brasileiro no setor. Atualmente, a Statoil é a quarta maior petroleira no Brasil em áreas de exploração. Tem controle total sobre o campo Peregrino, na bacia de Campos, que entrará em operação no final de 2010 extraindo 100 mil barris por dia. O óleo desse campo deve ser totalmente exportado para o golfo do México. Nele, a empresa norueguesa monta suas instalações com 35% de equipamentos fabricados no Brasil. No futuro, a intenção da empresa, numa forma de aumentar a possibilidade de ganhar novas áreas, é subir a nacionalização de suas estruturas para até 65%. Medida que, com certeza, agrada ao Palácio do Planalto, que, na definição do novo modelo, quer incentivar a indústria naval no país. No momento, a empresa encontra dificuldades, segundo disse Eliassen, por conta de preços elevados. Recentemente, a Statoil abriu concorrência no Brasil para adquirir estruturas para plataformas, mas o valor apresentado era duas vezes maior do que os internacionais. A petroleira procurou saber os motivos do preço elevado e alertou a candidata, na tentativa de que na próxima concorrência ela possa oferecer uma proposta competitiva.

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