Será a primeira vez que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) fará leilões apenas de blocos terrestres. Dos blocos ofertados, 171 pertencem à chamada 10ª Rodada e estão dispersos pelo território de 10 Estados. Além disso, o governo decidiu licitar mais 19 campos petrolíferos do Recôncavo Baiano (da 3ª Rodada) explorados pela Petrobrás, mas que perderam o interesse econômico da estatal. A expectativa é de que a 10ª Rodada aconteça em 18 de dezembro e a 3ª "Rodadinha", como é conhecida no setor, no dia 2 de dezembro.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, tentou abrandar o impacto negativo da decisão de "não ofertar blocos localizados sobre o pré-sal e adjacências", alegando que as grandes petroleiras não estão tendo capacidade plena de extração sequer nas áreas já concedidas. "Pode-se dizer que tivemos cautela, mas por outro lado, se não tivéssemos essa cautela, as empresas ganhadoras não teriam condições de explorar essas áreas."
Segundo ele, o prazo para a comissão interministerial, que analisa mudanças na Lei do Petróleo, apresentar suas conclusões deve ser prorrogado do dia 19 para 30. Até a definição do modelo de exploração do pré-sal, o governo considera mais prudente não abrir qualquer nova licitação em mar. "Não temos medo, até desejamos que o pré-sal seja composto pelo mar inteiro", brincou Lobão, ao ser questionado se o governo temia que os blocos não licitados em áreas rasas também estejam integrados ao pré-sal. Ele afirmou que a produção de petróleo em terra é atrativa, principalmente para empresas de menor porte. "Há um grupo grande de produtores que só operam em terra."
A decisão de bloquear as licitações na plataforma continental se deve, segundo os técnicos, à possibilidade analisada pelo governo de manter sob sua propriedade direta (e, portanto, não concedida) uma parcela de cada bloco, a exemplo da Noruega. Nesse caso, todos os blocos ainda não concedidos teriam um enclave do governo.
Segundo Lobão, todas as alternativas estão sobre a mesa, e as declarações do presidente Lula em favor da Petrobrás, na terça-feira, não significam que a proposta de capitalização da estatal seja a preferida. "O presidente não fez mimo, mas justiça à Petrobrás. Não significa nada além disso."
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